Se os dias, as palavras, os afetos a subirem-me pela face forem generosos e o meu olhar agudo,talvez escreva um poema, um conto. Por ora são anotações esparsas. In the meadow. Ao som do mar.
terça-feira, 29 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
abril
abril nasce na boca de uma rosa
e diz a que veio no calor
quebrado pela limpidez do céu
de outono a despontar no trópico
este outono estrangeiro a ti
no qual florescem a buganvília
e a azálea que colorem a varanda
abril nasce nas mãos
no exato momento do poema
o poema nasce a respirar o ar agudo
do mês despudoradamente belo
silvia chueire
domingo, 20 de maio de 2007
quarta-feira, 16 de maio de 2007
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Árabes - XLII
O momento
O trabalho toma as pernas e braços
dos homens todos os dias,
enche-lhes as horas de ocupações.
Eles pensam que são responsáveis
e que todos os jardins existem em função deles.
Nós calamos a ânsia de liberdade,
calamos o olhar atrás das burkas,
a boca cerrada, a alma em torvelinho.
E fingimos, os poemas encerrados nas mãos,
quase não existir.
Maternalmente cuidamos dos homens
com os olhos distraídos nas panelas e crianças
e regamos cada face masculina de vaidade.
Mas sabemos que as flores e as crianças nascem
porque as acalentamos e aos homens neste amor.
Alimentamos seus sonhos de superioridade
despidas de orgulho,
pela sobrevivência do que foi sempre ensinado,
A sabedoria disfarçada na arquitetura diária.
E tecemos nossas estratégias
a esperar o momento melhor.
O momento do grito,
da liberdade.
O momento.
Silvia Chueire
sábado, 5 de maio de 2007
inorgânico
poema inorgânico,
racionalidade precisa,
lâmina a tocar o prisma do gelo.
amarram-se às suas frases,
cristal, rocha, sal,
arquitetura inanimada
de tudo que um dia foi vida,
ou virá a ser .
poema frio,
pura estética,
que se aloja na rocha do mundo.
mudo de sentimentos,
pairando no interstício.
poema sem traço do humano,
a palavra nos sobreviverá ?
silvia chueire
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