sábado, 29 de julho de 2006

ainda (singelos) poemas curtos



espero


espero o teu olhar colado
ao meu desejo .
espero a chama das palavras
e a tua voz a morrer
quando me chamas:
vem...


silvia chueire



entrever


apenas te entrevi
e sei
das tuas mãos
- quanto mar a me tocar o corpo.
dos teus olhos entreabertos
- quanto céu a me dizer palavras.




silvia chueire



Um comentário:

Anônimo disse...

Silvia querida, grande poeta, amiga!

Andei tentando escrever um poema para te oferecer como prenda pelos teus anos (hummmm, essa língua portuguesa...). Não consegui - assim de encomenda, nem porque eu queira o poema não vem. Mas o dia se vai, e outro 31 de julho só no próximo ano.

Portanto, colo um poema do Drummond, que fala em novo ano, o que é o caso. Hoje inicia um novo ano, minha querida, que seja ele repleto de alegrias, reconhecimento, afeto, saúde, paz, e, claro, muito amor.

Com todo meu carinho e admiração - grata pelos belos poemas e a sensibilidade com que nos brinda - , um beijo especial pelo aniversário!

sonia


RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo

até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)

Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.

  Caos   Pandemônio instalado; as pessoas agarram sua sanidade a correr rua abaixo.   Há uma cachoeira -de mentes – a galope n...