quarta-feira, 29 de novembro de 2006


fazer de conta


faço de conta que é outra coisa
e finco os pés nos dias
como se tivesse forças
para colhê-los sozinha.

sempre um dia e outro,
não exatamente iguais,
nem exatamente opostos.

debruço-me sobre o papel,
a caneta carregada de palavras
que se articularão a despeito de mim
feito desconhecidas falando entre si
uma língua cifrada.
escrevo-as.
não há outro caminho.


silvia chueire

Um comentário:

Torquato da Luz disse...

Não há mesmo outro caminho, Sílvia.
Um bj.

  Caos   Pandemônio instalado; as pessoas agarram sua sanidade a correr rua abaixo.   Há uma cachoeira -de mentes – a galope n...