Poeta ao espelho
Deslizou um rio nos teus braços
e não percebeste
as margens da água estendidas.
E não viste a líquida pele
encostada à tua.
Brandiste a palavra,
lâmina contra o dia.
Teu olhar colado ao espelho
ignorou a flor sinuosa
oferecida a ti.
Não é impune o gesto
embaraçado na arrogância,
no amor a si próprio.
Não encontrarás palavras
na imagem virtual,
apenas eco.
Delineias teu destino :
absoluta solidão.
Deslizou um rio nos teus braços
e não percebeste
as margens da água estendidas.
E não viste a líquida pele
encostada à tua.
Brandiste a palavra,
lâmina contra o dia.
Teu olhar colado ao espelho
ignorou a flor sinuosa
oferecida a ti.
Não é impune o gesto
embaraçado na arrogância,
no amor a si próprio.
Não encontrarás palavras
na imagem virtual,
apenas eco.
Delineias teu destino :
absoluta solidão.
Sem lábios que te acolham.
Silvia Chueire
4 comentários:
Não é fácil articular o lirismo e a violência, a matéria que tece a própria vida, com esta mestria...
Abraços,
Jorge
silvia,
isso é muito bom. muito bom mesmo...
"rio nos teus braços
(...)
as margens da água estendidas."
um beijo só por isso! (como se o resto não fosse também muito!)
Que saudades que eu tinha da tua poesia tão sibilinamente forte!
Impune, nem o ódio fica. Mas nisso aqui eu levanto outro teorema: "delineias teu destino:absoluta solidão" . Quer saber? Tem sempre gente pronta e nada arrogante pra nos ajudar a desenhar...esse tal de futuro...que tá aqui...bem colado aos espelho dessas coisas que a gente acha absoluta.
bjos
Ilidio
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