segunda-feira, 28 de abril de 2008

Diria o mar

Não sei como dirias este mar
onde o sol de entre as nuvens se absorve
em clamores de espuma luminosa
N.D.




Diria o mar como um deslimite,
um universo onde criaturas voam
um bailado de liberdade.
Nós as olhamos,
feito seres impotentes.
Olhamos para cima
as ondas que se elevam e despencam.

Netuno tem um reino
que divino, mas humano, nos entrega
incondicionalmente.
Nunca sabemos bem o que fazer com ele,

a grandeza a erguer-se ou mergulhar
aos nossos olhos pequenos
.


Diria o mar como uma imensidão,
acima e abaixo dos desertos,
das rochas,
da terra onde bate incessante
e à qual pertencemos
tão breves quanto a chama de uma vela.


Silvia Chueire


quarta-feira, 23 de abril de 2008

o sol

elevamo-nos solares
algum dia,
em alguma terra habitada pelas oliveiras.

tinhas as mãos cheias de mim
aproximavas teus lábios dos meus cabelos
e me dizias tudo,
depois depositava-os nos meus ombros.

éramos o sol ,
a exaltação da vida.


silvia chueire

segunda-feira, 14 de abril de 2008

há um corpo

há um corpo à tua espera
um corpo e um conjunto de signos
nas mãos espalmadas
a te oferecerem o riso,
as avencas na pele,
o perfume.

há um corpo, um copo de vinho
ao pé da lareira,
no silêncio do lume.

silvia chueire

sexta-feira, 11 de abril de 2008

um sonho

era um sonho leve
um sonho
xxxxxum pássaro de asas de fogo

era um sonho em combustão
suspensos sobre ele
xxxxxos corpos marejados

era um sonho leve
podia-se
carregá-lo com alegria

a um pássaro assim
não se cortam
xxxxxas asas
não se entrega
xxxxxà própria sorte

era um pássaroxxxxeste sonho
e sua conseqüência
em vôo
xxxxxa culminar no espaço

éramos nós
percebi claramente

xxxxxantes de morrer

silvia chueire

segunda-feira, 7 de abril de 2008

domingo

domingo os meus olhos dormem de ti
as horas andam lentamente sob a chuva

adormecida a urgência
o mundo descansa pacífico

- quase não respira -


silvia chueire


domingo


domingo mis ojos se duermen de ti
las horas caminan despacio bajo la lluvia

adormecida la urgencia
el mundo descansa pacífico

- casi no respira -

silvia chueire



quinta-feira, 3 de abril de 2008

meu país

meu país era uma alma desolada
e funda
um corpo esquecido em meio
aos tamborins do samba.


silvia chueire

  Caos   Pandemônio instalado; as pessoas agarram sua sanidade a correr rua abaixo.   Há uma cachoeira -de mentes – a galope n...