domingo, 25 de novembro de 2007

pensar



penso em ti
a memória agarrada à minha pele
teu coração de palavras dançando
nos meus braços
teu amor a subir pelas minhas pernas
nossas idéias a derramarem-se das mãos
cada minuto fascinado por nós

pensar em ti é uma inevitabilidade


silvia chueire

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

passou


passou-te pela vida o amor,
pelo corpo,
encrespou-se o mar que eras.

o amor passou-te pelos olhos,
pelas palavras,
apanhou-te inesperado.

ao alto eras um corpo
e pensamentos amorosos,
um só milagre acordado na noite.

guardas nas mãos a memória
da vida te habitando os minutos
estremecidos .


silvia chueire

sábado, 17 de novembro de 2007

neo-real

o poema passeia pela cidade
tropeçando nas pernas dos transeuntes.
deambula cheio de hesitação,
a pensar se o revólver
carregado pelo menino
-e sua vida curta-
estará em algum verso.

a duvidar que a existência
vivida no ápice do desprezo pela vida,
na ponta de uma bala,
contenha em si algum lirismo.
talvez um violento lirismo neo-real
que dá a mão aos dramas mais comuns.

lá os dias são facas.


silvia chueire

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

a dor

a dor é um travo
um cravo na pele
amargo no sangue
espesso a circular
no coração cheio de cansaço

a dor é um cravo
a perfumar a noite
bate a angústia nas vidraças
a fraturar a calma
canta alto na madrugada
de insônias
inunda os nossos olhos
afoga-os
mastiga o sentido da vida


silvia chueire

domingo, 4 de novembro de 2007
















ao modo japonês

flores de cerejeira
sobre o chão
fino traço nipônico

ensaio sobre o belo
a cair

silvia chueire

  Caos   Pandemônio instalado; as pessoas agarram sua sanidade a correr rua abaixo.   Há uma cachoeira -de mentes – a galope n...