Se os dias, as palavras, os afetos a subirem-me pela face forem generosos e o meu olhar agudo,talvez escreva um poema, um conto. Por ora são anotações esparsas. In the meadow. Ao som do mar.
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
árabes - XXXV
o teu corpo é a minha casa
teu corpo, teus braços,
teu olhar, são o meu lugar,
o lugar onde quero viver,
onde respiro,
onde sei porque sou.
ter-te em mim, meu amor,
ter-me em ti,
é saber o exato lugar
ao qual pertenço,
onde estou inteira,
toda eu.
silvia chueire
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
domingo, 22 de outubro de 2006
o dia
o dia
habitas uma terra antiga
e voltas os teus olhos
para a noite que te cerca.
perdes o dia
- novo, novo -
que te sobe pelas pernas,
agarrado a elas,
falando-te palavras
novas em cor e som.
perdes o dia
que iluminará o escuro
que te toma os olhos,
não importando se a morte vem.
silvia chueire
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
poemas curtos
do algarve
I
um dia falei de outro céu,
hoje é de outro mar que digo,
nos braços do mesmo céu,
a me alagar os olhos.
II
as rochas e o silêncio rompido
pelas ondas em protesto.
tantas vezes me parece que sou mar.
III
disposto a adotar o outro
se a amizade nos abre os olhos
e o afeto à beleza,
à partilha.
aí somos um mundo.
silvia chueire
terça-feira, 10 de outubro de 2006
Lisboa
És só minha quando te mostras a mim
na noite pregada à Lua
pregada ao Tejo
que respira dentro dos meus olhos
És só minha quando te despes
silenciosamente iluminada
nas minhas mãos cheias de um copo
cheio de vinho
És absolutamente minha
quando te descobres nos corpos
e nas bocas
que sorriem do alto dos beijos
no alto do Bairro Alto
Silvia Chueire
És só minha quando te mostras a mim
na noite pregada à Lua
pregada ao Tejo
que respira dentro dos meus olhos
És só minha quando te despes
silenciosamente iluminada
nas minhas mãos cheias de um copo
cheio de vinho
És absolutamente minha
quando te descobres nos corpos
e nas bocas
que sorriem do alto dos beijos
no alto do Bairro Alto
Silvia Chueire
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
não é o mesmo
hoje o amor não é o mesmo.
o céu pesa, gris,
cheio de contradições
entre beleza e angústia.
não é o mesmo, o amor,
ignora as nuvens.
acima, além, adiante
das palavras
que apenas o roçam
-aves que seguem fúteis
rumo ao sul ou ao norte -
o amor se reconstrói
lentamente,
calmamente.
longe dos que não o conhecem
e vivem arremedos,
máscaras,
mas tecem considerações
- técnicos do afeto .
longe dos amargos,
A ignorar previsões sombrias.
hoje o amor é outro
a dizer o que deseja,
a afirmar-se em cada ato,
a boca cheia de beijos.
silvia chueire
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