quarta-feira, 27 de agosto de 2008

de sede

meu lugar de sede
se alça sobre o tempo
e diz apenas um nome,
uma água como se fosse nome,

um nome feito um contraditório,.


silvia chueire

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Deserta

Caminhas na tua angústia enclausurada
no apartamento às três e cinco da manhã
e dizes : basta!
A cidade e o mar te olham desesperançados,
teus olhos se encontram com os deles a cada poema
que te escapa .

O sangue sobe-te à face,
não sabes se estás zangado
ou triste.
Algo te martela a pele
a pedir-te expressão,
sem possibilidades.
Não, dizes. Basta!

Mas dizer basta não te acalma a inquietude,
desejas o poema.

Afinal, o que é o poema
senão a tua voz a mostrar-te
que há vida ?

Calas-te.
Nada podes fazer,
não sabes onde se encontra o poema;
sequer sabes onde te encontras
na vida repentinamente deserta.

Silvia Chueire

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

o tédio

o tédio pode ser um vício
e a TV
e as pernas sobre o sofá da sala
- emaranhadas nos jornais
não lidos –

e os cabelos desesperadamente
em desalinho
- absoluta falta de música –

e o círculo repetitivo dos dias

silvia chueire

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

o sol

o sol nascia no meu peito
iluminando-me a face,
lembras-te?
podia(s) senti-lo a tocar-me a pele.

podia(s) sabê-lo
no sorriso mais livre
que jamais me aconteceu.


silvia chueire

  Caos   Pandemônio instalado; as pessoas agarram sua sanidade a correr rua abaixo.   Há uma cachoeira -de mentes – a galope n...