quinta-feira, 23 de novembro de 2017

diários IV


       
a rotina pode ser

uma impercebida prisão.

 

toma-nos de surpresa.

pé ante pé

instala-se na vida de acordo

com estranhos relógios.

 

demora livrar-se dela.

 

silvia chueire

sábado, 11 de novembro de 2017

diários III

as orquídeas lançam raízem e flores

desenfreadas.

têm pressa.

 
desabrocharão sua beleza extrema

com a paixão típica das flores.

 

silvia chueire

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

diários II


olimpíadas -

breve os deuses do olimpo

virão dar às nossas praias,

correr nas nossas florestas,

amar nossa alegria.

 

tudo será o sonho realizado de um poema.

 

silvia chueire

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Fim



 Era tua a mão,

 música, a me tocar , memória.

Entre palavras a proximidade de um oceano,

a distância de um olhar,

o silêncio vivo do deserto.

 

Era minha a face desguardada,

Teu o coração depositado em minhas mãos.

O ar que eu respirava, era teu.

Tudo era assim : súbito .

Pequenas mortes, risos, gestos delicados

a nos tomarem

 

- até o fim .

 

Hoje voo alto.

Tu não és tu,

já não sou eu.

 

Silvia Chueire

quinta-feira, 8 de junho de 2017

diário I


 

 o dia estava nítido hoje.

cada vez mais os dias nítidos me fazem alegre

e assobio canções pela rua

como fazia aos dezoito anos.

é uma felicidade inesperada e gratuita.

 

nestas horas

é possível ouvir a música da vida toda.

 

silvia chueire

Como ressuscitar um blog de poemas ?

 

Acordando-o delicadamente
com um beijo e um carinho?

Um grito de despertar aflito
do tempo perdido?

Acordando-o para uma noite de sexo, selvagem
mas poético?

Tudo e nada.

Os poemas, o blog, hão de acordar por conta própria.



Silvia Chueire

Crepúsculo na praia de São Conrado



  Caos   Pandemônio instalado; as pessoas agarram sua sanidade a correr rua abaixo.   Há uma cachoeira -de mentes – a galope n...