fazer de conta
faço de conta que é outra coisa
e finco os pés nos dias
como se tivesse forças
para colhê-los sozinha.
sempre um dia e outro,
não exatamente iguais,
nem exatamente opostos.
debruço-me sobre o papel,
a caneta carregada de palavras
que se articularão a despeito de mim
feito desconhecidas falando entre si
uma língua cifrada.
escrevo-as.
não há outro caminho.
silvia chueire
Um comentário:
Não há mesmo outro caminho, Sílvia.
Um bj.
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