terça-feira, 18 de novembro de 2008

névoa

uma névoa de pestanas
e sentidos
vêm-me os olhos,
quando levantas suavemente
o lençol
que me cobre.

tua mão, o tecido,
são o poema a percorrer meu corpo.


silvia chueire

sábado, 1 de novembro de 2008

tentação

às vezes escreves um verso,
na tentação dos afetos te escaparem
pelos dedos.

não, pensas.
teus versos hão que refletir
apenas a vida que sobe
pelas escarpas de granito
e cresce entre as folhas das árvores.

mas o que fazer
se a ternura derrama-te pelos olhos?


silvia chueire

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