quinta-feira, 6 de julho de 2006

imagem :anne leibovitz
a mesma canção


nas dobras do amor
- samba, choro,
blues cantado na madrugada,
seda transformando-se em mãos,
lábios em navios -
posso renascer.

descansar minhas perguntas,

meu silêncio,
meu riso aceso no teu corpo,
os murmúrios da noite
ecoando entre estas coxas
- que são minhas,
que são tuas -

e muito antes que digas,
as palavras flutuam-me,
enchem-me a boca de alegria
- frutos colhidos pelas mãos
que me alisam os seios -
verbo e fogo.

teus olhos perdidos em mim,
flores famintas
nascendo em toda parte

- do meu corpo,
do teu corpo -
a cantarem a mesma canção:
amor, meu amor.


silvia chueire

3 comentários:

RodD disse...

... syvia, já leste a lírica erótica espanhola (sec XVII)? acho que vais beber muito dessa fonte que te é tão próxima... se já não a conheces!

RodD disse...

flores famintas
nascendo em toda parte
- do meu corpo (...)

sabes o quanto isso é bonito?

alice disse...

belíssima canção, sílvia

um beijinho para si,

alice

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