ao fio da voz
desfez-se o mundo
no assombro da tua voz afiada
cortando a noite.
e caíram todas as coisas:
meu corpo entregue ao teu,
os gestos que te esperavam,
teus olhos pedintes
e braços a encerrarem o amor,
nossas noites indormidas,
os corpos a rirem-se
debruçados no vinho
e na música
- todas as coisas.
ainda te procuro.
vejo-te nos lugares que tomaste para ti,
toco-lhes e encontro a tua ausência.
minha voz nada diz,
as palavras coladas à mágoa
cristalizam-se nos lábios.
silvia chueire
Se os dias, as palavras, os afetos a subirem-me pela face forem generosos e o meu olhar agudo,talvez escreva um poema, um conto. Por ora são anotações esparsas. In the meadow. Ao som do mar.
terça-feira, 10 de julho de 2007
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