Dai-me
Dai-me trevas,
com elas construirei luz.
Dai-me o silêncio,
nele eclodirá a palavra,
surpreendente,
flor a sair das águas.
Dai-me o poder de pronunciar
a palavra, de nomear a coisa
que habitará cada verso.
Cantarei uma canção
entre o olhar e a realidade,
uma canção para sempre.
Dai-me o dom de perceber
a poesia pousada no mundo,
na face encantada do mundo,
no seu corpo maltratado.
Dai-me o privilégio
de ouvir a música
que vive nos gestos, no espaço,
no frágil equilíbrio da Terra.
Dai-me mãos e braços
para escrever o que sequer dizemos,
com eles produzirei novos significados
e alçarei vôo.
O vôo sutilíssimo do poema.
Silvia Chueire
Se os dias, as palavras, os afetos a subirem-me pela face forem generosos e o meu olhar agudo,talvez escreva um poema, um conto. Por ora são anotações esparsas. In the meadow. Ao som do mar.
sábado, 14 de julho de 2007
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