quinta-feira, 6 de março de 2008

nem uma palavra

nem uma palavra se move
entre as minhas mãos,
nem acena um gesto;
o silêncio é uma longa noite sem lua.

ladram lá fora os cães
inquietos com o escuro
e as sombras que se movem no escuro
à luz escassa de uma janela solitária.

cá dentro ladra a angústia.
na calada das horas
mesmo o pensamento é furtivo.
tudo é ausência, sem recurso.


silvia chueire

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