segunda-feira, 29 de outubro de 2007

anoitecer

anoitece de todas as maneiras,
a escuridão imiscuída entre as ruas
é um silêncio de ausências e omissões.
caem as casas na cidade desolada,
caem os pensamentos
feito espinhos,
e os homens recolhem-se à melancolia,
à consciência áspera das coisas.


não há redenção no amor
quando a pele a descolar dos ossos
é um vento a invadir cada minuto .


silvia chueire

Um comentário:

Dauri Batisti disse...

Silvia,

A primeira frase "anoitece de todas as maneiras" do seu poema, para mim já foi um poema inteiro.

O que vem a seguir - parece - é só a explicação, como uma aplicação de unguentos na ferida aberta pela primeira frase:

Lindo, ápero.

Parabéns.

Dauri Batisti

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