não espero
eu tinha sentimentos vagos e pensava
que o mundo era assim
não previa a geometria de cada gesto
a expectativa da morte alheia
não estava nos meus planos
- talvez estivesse, disseram-me –
sob as minhas pálpebras
derramavam-se inquietações
aprendi a ter calma
dei-lhes as mãos
dormi com elas
não concebia outro corpo como se fosse meu
perdia-me em baladas noturnas
pelo gosto acre doce
do sol a nascer
vivia cada horizonte diário
cada horizonte, o último
hoje não me evado do silêncio
deixo-me nele
numa nostalgia estúpida do que não
nada espero
silvia chueire
Se os dias, as palavras, os afetos a subirem-me pela face forem generosos e o meu olhar agudo,talvez escreva um poema, um conto. Por ora são anotações esparsas. In the meadow. Ao som do mar.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
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