segunda-feira, 3 de julho de 2006

de amor - XII

para a.f.


nada disto é explicável.
nenhuma das palavras surpreendentes
que dissemos.
nem quando ou porque surgiu o amor.

não se explica a sensibilidade
extrema no seu nascimento,
o cuidado,
o desvelo dos gestos.

nunca soube porque entendia
mesmo o que não dizias,
nem como soubeste de mim, sempre.
nossos beijos,
as mãos, as bocas,
a percorrerem o mundo
dos corpos no amor.


como nos abandonamos,
sem receio.
o que os lábios sabiam antes de nós,
a pele, os olhos.

a intensidade deste encontro
nadando nas pálpebras,
nos dias.
a estender-se nas palavras.

nunca sei,
não se explica o amor.


silvia chueire



Um comentário:

Ilidio Soares disse...

Não. Não se explica, embora se entenda.E mesmo que eu não seja o a.f, seu poema me fez sentir navegar em outras pálpebras. Portanto isso é bom, para todos nós.
bjos
Ilidio

  Sábados   Há sábados que são uma gargalhada, uma exaltação do corpo, dos afetos. Há sábados a voar por aí que nos pertencem de...